Município apoiou com um milhão de euros a construção de vários equipamentos sociais.
O sonho tem já vários anos e começa agora a ganhar forma. Com um investimento a rondar os 605 mil euros, o Centro Social de Nossa Senhora da Alegria, em Antanhol, deverá ser uma realidade, pronta a acolher crianças e idosos, em diferentes valências, dentro de aproximadamente um ano.
A bênção e lançamento da primeira pedra, numa celebração presidida pelo bispo da Diocese de Coimbra, D. Albino Cleto, levou dezenas de populares ao local, cedido por um morador da freguesia. Por ali, está tudo a postos para o arranque da obra, pedindo-se a colaboração dos homens e mulheres da terra para o alcance da verba que falta.
Dos 605.609,02 euros do custo total, 217.752,32 euros são cedidos pela Segurança Social, no âmbito do programa Pares, sendo que a Câmara Municipal de Coimbra atribuiu um subsídio de 150 mil euros para ajuda dos trabalhos. A direcção e a Junta de Freguesia contam agora com a boa vontade da população, tendo ainda a possibilidade de contrair um empréstimo na Caixa de Crédito Agrícola, de modo a cobrir as despesas com a nova infra-estrutura social.
O Centro Social de Nossa Senhora da Alegria, com a sua valência de creche, vai ser um contributo na estratégia que o município está a desenvolver no sentido de aumentar a oferta. A este nível, o concelho está apenas servido para 30% da procura, havendo o objectivo de, em dois anos, conseguir alcançar, pelo menos 50%. Já no que se refere a jardins-de-infância, como Carlos Encarnação tem vindo a afirmar, a percentagem é de 100% para a procura.
Assente no pensamento de que «aqueles que mais precisam têm de ter alguma coisa, mesmo que os que têm mais tenham um bocadinho menos», o presidente da Câmara Municipal de Coimbra alertou para a necessidade de «colmatar as injustiças» da sociedade, sendo os idosos, provavelmente, a faixa etária mais problemática.
«Há gente isolada que nem sequer tem almoço aos domingos e feriados», exemplificou, relembrando um dos serviços de acção social da autarquia, que apoia a população da terceira idade mais desfavorecida. «Não tem sido Coimbra um exemplo do que é obra social necessária?», questiona, sem dúvidas da resposta afirmativa.
E numa altura em que o país atravessa «uma situação de conjuntura das piores que temos vivido», Carlos Encarnação adverte que «não nos podemos deixar abater» e no que toca ao município têm surgido respostas, garante, acrescentando que, «dentro de todos os condicionalismos», a autarquia concedeu o total de um milhão de euros para ajuda da construção de centros sociais. São os casos da Pedrulha, Eiras, Castelo Viegas e agora Antanhol. No entanto, continuou, são projectos que representam «o triunfo das comunidades».
O sonho dos homens
«Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce». O padre Joel Baptista, director do Centro Social, pega nas palavras do poeta para dizer que «Deus quer que as crianças tenham um lugar onde delas cuidem, que não haja idosos isolados e tristes, que eles não tenham de ficar ao abandono […], mas acarinhados com profissionalismo».
Num país onde existem «dois milhões de pobres, ao lado de fortunas fabulosas», «não podemos passar indiferentes ao lado de quem sofre», por isso, não é de estranhar que tenha surgido o sonho «com estruturas que permitissem outra qualidade de serviço e contemplasse novas valências», frisou Joel Baptista.
“Telha Amiga” com abertura prevista para Novembro
O Centro de Noite “Telha Amiga”, na Baixa de Coimbra, é inaugurado no próximo mês de Novembro, anunciou Carlos Encarnação. Esta nova infra-estrutura de apoio à comunidade sénior situa-se na Travessa da Rua Velha e destina-se, essencialmente, a pessoas com autonomia que residam naquela zona.
O conceito de Centro de Noite está em proliferação por toda a Europa. Assenta na ideia de que, durante o dia, as pessoas fazem a sua vida normal, nas suas casas, pernoitando apenas no “Telha Amiga”, onde podem jantar e tomar o pequeno-
-almoço.
Localizado em pleno centro histórico, o centro é resultado da recuperação de um edifício em elevado estado de degradação, adquirido pela autarquia. Com capacidade para 12 utentes, dispõe de sete quartos, com casa de banho privativa, tem ainda cozinha, refeitório, zona para pessoal, não faltando um elevador para facilitar a mobilidade aos idosos.
Tornar o Centro de Noite “Telha Amiga” uma realidade obrigou a um investimento superior a 300 mil euros, 81 mil dos quais comparticipados pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS) da União Europeia.
Diario de Coimbra