A educação (ou falta dela)

[daniel322]

No youtube, os users deitaram a culpa para cima da ministra e do Sócrates mas não tem nada a ver, isto vem de casa.

é verdade.. mas apesar da culpa não ser exclusivamente do actual executivo, têm parte de responsabilidade também, pq foi desde que a ministra começou a dar muita autoridade aos pais que isto começou a descarrilar.. hoje me dia a escola é um infantário em ponto grande, ou seja, os professores estão lá para aturar e educar os meninos, para que os pais não se chateiem.. deixam os meninos na escola às 8h e vão buscá-los às 18h para jantar.. durante o dia os outros que os aturem..

e depois chega ao final do ano e vão os papazinhos dar a avaliação à professora em vez de ser a professora a avaliar o que o menino aprendeu.. ou eu não percebo nada disto ou algo vai (mt) mal

[CriCri_BlaBla]

Pois, isso também estará relacionado com as políticas do Ministério da Educação, todo um clima criado, que leva à falta de autoridade do professor.

Porquê culpar os outros se a culpa está dentro de casa?! O ministério da educação cria certas regras porque parte do principio que vivemos numa sociedade normal. Eu não meto as culpas para cima do ministério porque não são os ministros que educam os filhos dos outros!

Agora os paizinhos não sabem educar os filhos. De quem é a culpa? É fácil dizer que é do Sócrates, não é?! Sejamos sinceros, sim?! Se alguma vez eu fizesse isto, quando chegasse a casa levava tanto...

[Pedro]

Quando uma ministra, com o apoio do governo, tenta colocar a população contra os professores... é óbvio que acabam por surgir casos destes. O governo não respeita os professores, começam a surgir pais que não respeitam os professores e, obviamente, acabam por surgir filhos que não respeitam os professores. É apenas um dos motivos pelos quais eu acho que esta ministra está a destruír por completo o nosso sistema de ensino, algo que começará a ser sentido daqui a 5/10 anos e de que iremos precisar de uns 20 para recuperar.

[Chong Li]

Agora os paizinhos não sabem educar os filhos. De quem é a culpa?

Quando temos uma ministra da Educação que diz: "Perdi os professores mas ganhei a opinião pública", está tudo dito.

É fácil dizer que é do Sócrates, não é?! Sejamos sinceros, sim?!

Estou a ser sincero, mas quer-me parecer que o teu seguidismo partidário não te deixa ser mais lúcida, até porque eu também disse que uma cota parte cabia à educação caseira.

[DaniFR]

Tambem é interressante citar este comentario de um professor.
Do mesmo link que o chong li colocou.

Comento no meu próprio blog para fazer mais um desabafo em relação a esta notícia.

Meninos e meninas. Pouco me interessa a educação que os vossos paizinhos vos dão em casa ou a influência que o modo como o Ministério da Educação me trata tem na imagem que vocês possam ter de mim enquanto professor.

Bem sei que, felizmente, as minhas boas relações com os meus alunos tornam inconcebíveis cenas tipo estas, mas não é demais dizê-lo. Não quero saber dos trâmites legais todos, nem das considerações a ter para não tornar "anti-pedagógico" para os alunos uma punição, mas comigo aquilo não passaria em claro. Aliás, aquilo jamais escalaria até àquele ponto. Ali, naquela sala, a autoridade sou eu. Não querem, faltem. Não estão para me aturar, faltem. É um direito que vos assiste. Mas ali dentro, são MEUS alunos na MINHA aula. Comportam-se como eu disser quer isso agrade ao ministério quer não agrade.

Há determinadas regras que são para se cumprir. Umas com maior flexibilidade que outras, é certo, mas são para se cumprir. Telemóveis ficam comigo ou no Conselho Executivo pelo menos uma semana ou até que os vossos papás se dirijam à escola para os ir levantar.

Vocês, que me conhecem, sabem como sou. Peço-o calma e educadamente. Consideraria aqueles empurrões como uma agressão e um desrespeito ao meu estatuto de professor dentro da escola. Se calhar alguns de vocês não. Eu compreendo-vos. Isso vem da educação que os vossos pais vos dão em casa - ou da falta dela - e da maneira como o vosso país vê aqueles responsáveis pela vossa instrução e, cada vez mais, formação e educação.

Assim, aquele caso comigo provavelmente receberia um par de tabefes bem assentes para ver se a jovem acorda e vê que não está a brigar com o irmãozito dela por causa dos chocapic. Pouco me importa se isso implicaria uma sanção disciplinar a aplicar a mim (sim, porque nestes casos, parece que quem paga ultimamente é mesmo o professor), mas eu, como cidadão, recuso-me a ser agredido no meu local de trabalho por outro cidadão.

Podia ser que o tabefe fosse bem aceite pelo paizinho da menina ou não. Logo se veria. Certo é que eu exijo respeito da mesma forma que vos respeito a todos.

Preciso dele para fazer o meu trabalho. É que eu não pretendo ser só mais um "stor". Quero ser um Professor.

aqui está tudo dito.

[daniel322]

SIC

noutro contexto:

As mesmas crianças e jovens que maldosamente agridem e maltratam os colegas, no recreio, dentro da sala de aula, "ofendem os professores, chamam-lhes nomes e ameaçam-nos, não com agressões físicas, mas com avisos de que, por exemplo, lhes vão destruir o carro".

"Nos casos que acompanho, os professores são constantemente denegridos, rebaixados e humilhados pelos alunos", referiu a docente da UM.

Como defesa, admitiu Maria Beatriz Pereira, os professores pouco podem fazer.

"Apresentam queixa contra os estudantes no conselho executivo, as crianças podem ou não ser suspensas, os pais são chamados à escola e pouco mais", disse.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida ... scolas.htm

[Chong Li]

aqui está tudo dito.

Não é bem assim, porque, se este professor demostra ter alguma presença para ter autoridade, nem todas as pessoas são assim. Nem todas as pessoas têm a mesma personalidade para se impor dessa forma e essas também têm o direito de ser Professores. Muitos dos professores já se sentem cansados de passarem a aula a mandar calar e aturar putos mal-educados. Aqui há pouco tempo, tive que me deslocar a uma escola de Eiras (uma com 2º e 3º ciclo). Estive num corredor mais de 40 minutos à espera da pessoa com quem pretendia falar. Passei esses 40 minutos a ouvir uma professora aos berros com os alunos para eles se calarem. Ela bem tentava ensinar alguma coisa, mas os putos não havia meio de se calarem. Impossível fazer alguma coisa assim. E isto foram só 40 minutos, imagino 1 dia inteiro.... cheguei a ter vontade de entrar na sala e correr os putos à lambada.

Depois, acredito que esse este professor que citaste deve ter as costas quentes, porque um par de tabefes, hoje em dia, num aluno, é igual a "professor tramado". Pais, conselhos executivos, inquéritos, defesa, justificações para trás e para diante, tribunal, tudo metido ao barulho, ou seja a vida do professor será um inferno daí para a frente. E se alguns - poucos - têm estrutura para aguentar isso, nem todas as pessoas a têm. E aqui estou admitir que são professores do quadro. Porque se não o forem (refiro-me aos contratados), são automaticamente aniquilados.

[Pedro]

tive que me deslocar a uma escola de Eiras (uma com 2º e 3º ciclo)

Hmmm... esta?

[winger]

Sim, acho que tudo vem de casa. É em casa que deve ser dada a maior parte da educação moral.
Eu sinto que ultimamente se vive uma sensação de "liberdade exagerada" e que se confunde um bocadinho o direito de livre expressão com "eu faço o que me apetece e ninguém tem nada a ver com isso". Não é bem assim, vivemos numa sociedade onde há regras que, quer se goste mais ou menos, são para ser cumpridas.
Não posso deixar de pensar que estes adolescentes que nós classificamos de "mal educados" (eu diria antes mimados) são filhos de uma geração que tinha pouca ou nenhuma liberdade e como tal acham que devem fazer o inverso aos filhos. Sendo que exageram e fazem deles apenas florzinhas habituadas a terem o querem e como querem e que à primeira adversidade vão por água abaixo.
Vou tomando isto como exemplo para que, um dia que tenha também os meus filhos, não caia no mesmo erro. Liberdade sim, mas respeito também!

[Chong Li]

tive que me deslocar a uma escola de Eiras (uma com 2º e 3º ciclo)

Hmmm... esta?

Sim, essa mesmo, não me conseguia lembrar do nome.

[JulesS]

Nem toda a gente pode ser bom professor ou ter jeito para isso, como em qualquer profissão.
Há pessoas que sabem fazer-se respeitar e impor e não é so pela força ou gritos.

Eu pessoalmente acho que daria uma péssima professora, acho que os alunos iam fazer de mim gato sapato.

Basta uma situação que o professor não consiga controlar para nunca mais ser respeitado pelos alunos.

As vezes o que as pessoas precisam é duma atitude radical e com coragem, que acham que as pessoas não são capazes.
Depois as consequencias até podem nem ser assim tão graves.

Naquelas idades somos muito imbecis

Assim, aquele caso comigo provavelmente receberia um par de tabefes bem assentes para ver se a jovem acorda e vê que não está a brigar com o irmãozito dela por causa dos chocapic.

[Chong Li]

Nem toda a gente pode ser bom professor ou ter jeito para isso, como em qualquer profissão.
Há pessoas que sabem fazer-se respeitar e impor e não é so pela força ou gritos.

Como tal, esta professora da Carolina Michaelis deveria ter escolhido outra profissão... é?
Há escolas que nem o Rambo se fazia respeitar.

[Pedro]

Sim, essa mesmo, não me conseguia lembrar do nome.

É onde estou a dar aulas desde Janeiro (e onde já estive uns meses no ano passado). No meu caso, não me posso queixar dos miúdos e tenho turmas consideradas complicadas. Não há comparação possível (pelo menos de casos que eu conheça) com a do início do tópico... embora reconheça que há alunos que outros professores consideram problemáticos e que comigo têm uma atitude bastante diferente (provavelmente porque não tenho estilo de professor ). No entanto, ali quase de certeza que não ocorreria uma situação como esta... e, se acontecesse, o aluno dificilmente conseguia manter-se na escola.

[daniel322]

Entretanto, uma mãe preocupada contactou a DREN por e-mail, alertando para a existência deste vídeo, e recebeu como resposta as mesmas palavras proferidas aos jornalistas, mas com um pormenor: «Vamos proceder à retirada do filme do portal YouTube por violação do direito à imagem».

O vídeo original foi, de facto, retirado, mas já está novamente no portal, colocado por outro utilizador.
fonte

Censura?.. ou seja, pelo que dão a entender, para a DREN o problema é a divulgação do vídeo e não a violência para com a professora

[Chong Li]

reconheça que há alunos que outros professores consideram problemáticos e que comigo têm uma atitude bastante diferente (provavelmente porque não tenho estilo de professor ).

Pois, mas também há cadeiras que cativam mais atenção do que outras... e a disciplina, para além de passar muito por este factor, também passa por outros como a jovialidade do professor (desde que não seja um banana) e o tipo de relacionamento que tem com os alunos.

Claro que, se os alunos experimentam a professora e se sentem que ela cede, o caldo fica entornado. No entanto, isso nao é factor para achar que o professor devia ter escolhido outra profissão, porque se houvesse o mínimo de respeito isso não aconteceria. E, neste caso, basta ver a atitude da mãe, para perceber que educação é coisa que não pode ser transmitida à filha, em casa.