Ola' a todos!
Abro este topico para falar sobre a degradacao que se tem verificado na qualidade do ensino superior publico em Portugal, mas tambem para que os participantes apresentem ideias para solucionar este problema.
Fruto da cada vez maior necessidade das universidades em venderem os seus cursos ou nao tivesse o governo cortado no financiamento ao ensino superior publico e obrigado as universidades a terem de adoptar esta direccao, tem-se verificado a entrada de estudantes sem categoria intelectual para tal na universidade, mas nao so' a entrada tem sido mais facil como os proprios cursos tambem o tem sido para se completarem. Lembro-me do lamento de um meu professor acerca do facto de agora ser como que obrigado pelos orgaos dirigentes da faculdade a dar nota 13 a quem na realidade so' mereceria nota 8.
E' este o futuro que queremos para o nosso pais? E' assim que julgamos que vamos sair da mediocridade? Bolonha veio dar o seu "empurrao" para estasituacao ao conceder o titulo de mestre a quem nem categoria teria anteriormente para acabar a licenciatura.
A degragadacao do ensino superior publico em Portugal
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Viva_a_Historia
- Regular

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- Registado: terça-feira, 15 agosto 2006 0:04
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Pedro
- Administrador

- Mensagens: 12067
- Registado: quarta-feira, 10 novembro 2004 20:07
Isso não se passa apenas no ensino superior, tal como mencionei noutro tópico (e ainda noutro). É puro eleitoralismo... pretende-se aumentar o nível de escolaridade falseando os resultados. Como já disse umas 3 ou 4 vezes em discussões similares, qualquer dia dão os diplomas à nascença.
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Corsario-Negro
- Lendário

- Mensagens: 1053
- Registado: domingo, 24 julho 2005 13:40
Eu também concordo quando referes a escolha do nome, mas apenas para o primeiro ciclo. Se é para uniformizar a nível da Europa o sistema, então não faz sentido chamar-se ao primeiro ciclo licenciatura (ao segundo já faz sentido chamar-se mestrado, pois é o nome que é atribuido nos outros locais).
Concordo com o Pedro e acrescento que é apenas algo na onda do Sr. Eng. e no Sr. Dr. que por vezes nem a antiga licenciatura têm/não estão inscritos na Ordem e no segundo caso nem o Doutoramento possuem. É o Circo de Vaidades e Ego a que a sociedade portuguesa já nos habituou e que apenas revela a mediocridade da maioria que chega a posições de poder.
À medida que o Governo tomou, em pura e simplesmente fechar cursos com menos de X alunos, só podia dar naquilo a que estamos a assistir. Por outro lado a sociedade tem que compreender de uma vez por todas que nem todos precisamos de ter um curso superior e deixar de exercer pressão social sobre quem pretende seguir outros caminhos que deviam ser igualmente valorizados, como cursos profissionais, etc. Eu não me considero superior a um electricista, canalizador, funcionário camarário.
Volto a dizer que não acho que o problema é de Bolonha, pois não podemos confundir o novo Mestrado com o antigo, são graus diferentes com o mesmo nome apenas devido a uma questão de uniformização.
Concordo com o Pedro e acrescento que é apenas algo na onda do Sr. Eng. e no Sr. Dr. que por vezes nem a antiga licenciatura têm/não estão inscritos na Ordem e no segundo caso nem o Doutoramento possuem. É o Circo de Vaidades e Ego a que a sociedade portuguesa já nos habituou e que apenas revela a mediocridade da maioria que chega a posições de poder.
À medida que o Governo tomou, em pura e simplesmente fechar cursos com menos de X alunos, só podia dar naquilo a que estamos a assistir. Por outro lado a sociedade tem que compreender de uma vez por todas que nem todos precisamos de ter um curso superior e deixar de exercer pressão social sobre quem pretende seguir outros caminhos que deviam ser igualmente valorizados, como cursos profissionais, etc. Eu não me considero superior a um electricista, canalizador, funcionário camarário.
Volto a dizer que não acho que o problema é de Bolonha, pois não podemos confundir o novo Mestrado com o antigo, são graus diferentes com o mesmo nome apenas devido a uma questão de uniformização.
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Chong Li
- Lendário

- Mensagens: 2236
- Registado: terça-feira, 27 setembro 2005 22:32
Os graus são diferentes, mas daqui a uns anos já ninguém vai distinguir o velho do novo mestrado. O velho mestrado acabou, finou-se.Corsario-Negro Escreveu:pois não podemos confundir o novo Mestrado com o antigo, são graus diferentes com o mesmo nome apenas devido a uma questão de uniformização.
Neste momento sai-se licenciado (ou mestrado, como queiram) e vai-se para doutoramento.
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anaallo
- Experiente

- Mensagens: 261
- Registado: quarta-feira, 28 novembro 2007 20:09
Não tendo conhecimento de causa de forma directa, creio que não podemos matar logo à nascença a nova política de Bolonha. Tendencialmente tendemos a assumir uma postura de desvalorização daquilo que difere de nós. Na sua essência creio que os Mestrados de Bolonha não irão passar à frente dos Licenciados do regime anterior. Temos de compreender que o curso superior é apenas uma ferramenta, uns usam-na e outros não!
O que Bolonha veio trazer na sua essência foi uma uniformização. Ou seja, se eu quiser exercer a minha profissão no estrangeiro não tenho de passar por todo o processo bastante moroso de pedir equivalências para poder exercer.
Quanto às diversas profissões, trata-se de diferenciar capacidades adquiridas (específicas) e não discriminar as pessoas com base no grau académico. Cada vez menos ter um curso é garantia inequívoca de sucesso.
O rumo que o sistema deverá adoptar será no sentido de estabelecer parcerias com as entidades empregadoras de modo a aumentar o grau de empregabilidade dos indivíduos.
Cumprimentos,
Ana Lopes
O que Bolonha veio trazer na sua essência foi uma uniformização. Ou seja, se eu quiser exercer a minha profissão no estrangeiro não tenho de passar por todo o processo bastante moroso de pedir equivalências para poder exercer.
Quanto às diversas profissões, trata-se de diferenciar capacidades adquiridas (específicas) e não discriminar as pessoas com base no grau académico. Cada vez menos ter um curso é garantia inequívoca de sucesso.
O rumo que o sistema deverá adoptar será no sentido de estabelecer parcerias com as entidades empregadoras de modo a aumentar o grau de empregabilidade dos indivíduos.
Cumprimentos,
Ana Lopes
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jop
- Novato

- Mensagens: 23
- Registado: sábado, 01 março 2008 21:18
Mais um mito, não é Bolonha que ajuda o teu curso a ser reconhecido, mas o nome da escola.anaallo Escreveu:Não tendo conhecimento de causa de forma directa, creio que não podemos matar logo à nascença a nova política de Bolonha. Tendencialmente tendemos a assumir uma postura de desvalorização daquilo que difere de nós. Na sua essência creio que os Mestrados de Bolonha não irão passar à frente dos Licenciados do regime anterior. Temos de compreender que o curso superior é apenas uma ferramenta, uns usam-na e outros não!
O que Bolonha veio trazer na sua essência foi uma uniformização. Ou seja, se eu quiser exercer a minha profissão no estrangeiro não tenho de passar por todo o processo bastante moroso de pedir equivalências para poder exercer.
Quanto às diversas profissões, trata-se de diferenciar capacidades adquiridas (específicas) e não discriminar as pessoas com base no grau académico. Cada vez menos ter um curso é garantia inequívoca de sucesso.
O rumo que o sistema deverá adoptar será no sentido de estabelecer parcerias com as entidades empregadoras de modo a aumentar o grau de empregabilidade dos indivíduos.
Cumprimentos,
Ana Lopes
Sempre se aranjou emprego qualificado no estrangeiro sem bolonhas, não são as bolonhas que vão facilitar/dificultar.
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banjix
- Lendário

- Mensagens: 1635
- Registado: quinta-feira, 23 fevereiro 2006 17:28
Acho que não é tanto assim um mito como tu estás a dizer. Há quem tenha problemas em obter equivalências...jop Escreveu:Mais um mito, não é Bolonha que ajuda o teu curso a ser reconhecido, mas o nome da escola.
Sempre se aranjou emprego qualificado no estrangeiro sem bolonhas, não são as bolonhas que vão facilitar/dificultar.
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anaallo
- Experiente

- Mensagens: 261
- Registado: quarta-feira, 28 novembro 2007 20:09
Eu acho que a questão das equivalências com Bolonha estará resolvida, será uma mais valia quando houver intercâmbio, quer seja exportação ou importação de técnicos qualificados. É mais umq questão de uniformização.
Além disso creio que o renome da instituição onde se tira o curso entrará sempre na equação da empregabilidade. Esta também poderá ser uma questão polémica pois devemos entender o curso apenas como uma ferramenta, cada um aproveita dela o que quer.
Cumprimentos,
Ana Lopes
Além disso creio que o renome da instituição onde se tira o curso entrará sempre na equação da empregabilidade. Esta também poderá ser uma questão polémica pois devemos entender o curso apenas como uma ferramenta, cada um aproveita dela o que quer.
Cumprimentos,
Ana Lopes
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mustiness
- Lendário

- Mensagens: 1638
- Registado: sexta-feira, 25 fevereiro 2005 1:07
Questão muito prática, a Universidade de Barcelona não tinha ECTS, tinha as suas unidades de crédito. Eu para ter equivalência a 10 cadeiras, tive de fazer 13...
Agora estou a fazer um mestrado com ECTS e foi uma mudança importante, agora posso pedir bolsas fora de Espanha porque tenho o número de créditos exigidos por fundações francesas e portuguesas, por exemplo.
Agora estou a fazer um mestrado com ECTS e foi uma mudança importante, agora posso pedir bolsas fora de Espanha porque tenho o número de créditos exigidos por fundações francesas e portuguesas, por exemplo.
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Miffy
- Experiente

- Mensagens: 324
- Registado: quarta-feira, 26 dezembro 2007 15:22
isso é bem verdade! Tenho um colega meu cuja mãe deve ter uma função parecida com directora de recursos humanos de uma empresa, pois ele sabe que para recrutarem pessoas para essa empresa, primeiro atenta se no curriculo há a indicação de Erasmus ou algo parecido, depois se foram formados em Coimbra, e depois se foi em determinada instituito ou universidadeanaallo Escreveu:
Além disso creio que o renome da instituição onde se tira o curso entrará sempre na equação da empregabilidade. Esta também poderá ser uma questão polémica pois devemos entender o curso apenas como uma ferramenta, cada um aproveita dela o que quer.
Cumprimentos,
Ana Lopes