fonteOs três homens que provocaram a morte de Eduarda Ferreira, durante um assalto à bomba de gasolina onde a vítima trabalhava, em Benavente, não estão acusados do homicídio da mulher, de 43 anos, que, sequestrada, tentava acudir aos gritos de pânico da filha, que assistiu a tudo.
Isto apesar de o Ministério Público, na acusação, assegurar que um dos arguidos (Cláudio) fez o disparo fatal e que todos “previram que daquela actuação pudesse resultar a morte” de Eduarda e “não se coibiram de realizar tal disparo”. Os três arguidos (João Oliveira, de 39 anos, Luís Pereira Coutinho, 31, e Cláudio Carvalho, 21) estão apenas acusados, em co-autoria, de roubo agravado e outros crimes menores.
Na noite de 6 de Abril, Sexta-Feira Santa, os três indivíduos, encapuzados e armados, entraram no posto de combustíveis Etc, onde se encontrava Eduarda e a filha Alexandra, de 20 anos, que a tinha ido buscar. Durante o assalto foram surpreendidos por uma patrulha, tendo utilizado as vítimas como escudos humanos. Durante a fuga, numa troca de tiros entre ladrões e GNR, Eduarda foi atingida na cabeça, tendo morte imediata.
Segundo a acusação, foi Cláudio Carvalho – facilmente reconhecível pelos seus 1,93m de altura – quem saiu do posto segurando Eduarda como escudo. O assaltante tinha agarrado em Alexandra mas a funcionária pediu que a levassem em vez da filha, ao que o homem acedeu. Momentos depois, João Oliveira arrastou a jovem até à porta da loja, com uma espingarda encostada à cabeça.
Eduarda foi morta quando tentou soltar-se para ajudar a filha. A acusação define que Cláudio “apontou a espingarda em direcção aos militares e premiu o gatilho, não obtante encontrar-se na sua linha de fogo Eduarda Maria Ferreira”. Adianta que as lesões provocadas pelo disparo “foram causa directa e necessária da morte”. No entanto, a acusação não faz qualquer menção ao crime de homicídio.
No total, os arguidos surgem acusados de quatro crimes de roubo agravado, um de furto qualificado, um de resistência e coacção sobre funcionário e um de detenção de arma proibida. Isto porque, após a detenção dos indivíduos, a 13 de Abril, veio a descobrir-se que participaram noutros assaltos.
Entre os roubos praticados pelos três arguidos encontra-se um à bomba da Repsol em Mértola, a 24 de Março de 2007. No dia 30 do mesmo mês assaltaram o posto de combustíveis Cepsa, em Ferreira do Alentejo. No dia seguinte vandalizaram e roubaram uma herdade no Porto Alto. Em todas as situações utilizaram armas para ameaçar as pessoas. Os assaltantes utilizavam sempre a mesma viatura, um Audi azul-escuro, propriedade de Luís Coutinho. No dia seguinte ao da captura dos ladrões, a PJ realizou buscas, tendo encontrado várias armas e material roubado.
Em casa de João Oliveira foi encontrado um arsenal, incluindo a caçadeira com que Eduarda foi morta. A PJ encontrou igualmente um anel de ouro que aquele indivíduo arrancou do dedo da vítima e que ofereceu mais tarde à sua companheira.
Ainda pensei que fosse menor, mas não, o assassino tem 21 anos.
Basicamente uma funcionária duma gasolineira foi morta durante um assalto (a gnr apareceu a meio do assalto, e os assaltantes usaram a vitima, de 43 anos, e a filha desta como escudos humanos, e no meio da confusao acabaram por matar a funcionária)
De salientar:
-a coragem da mãe ao pedir ao assaltante para a levar em vez da filha. A filha acabou por ser mais tarde usada como escudo humano também, mas se tivesse no lugar da mãe, provavelmente já não estava viva;
-um dos assaltantes ter retirado um anel da vitima mortal, para dar á namorada.
Isto é grave. Imaginem o que a filha deve estar a pensar, viu a mãe ser alvejada à sua frente, o assassino é identificado e detido, e o MP decide não o acusar de homicidio.. É bastante triste.




