Confusão no Bota Abaixo
BRUNO PIRES
Vendedores ambulantes não gostaram nada da intervenção policial de ontem na zona do Bota Abaixo
Nelson Morais
Aagressão cometida por um vendedor ambulante sobre um fiscal da Câmara Municipal de Coimbra, ao final da manhã de ontem, no Largo da Maracha, à entrada da Rua da Louça, mobilizou duas dezenas de polícias, alguns deles fortemente armados, e provocou grande alvoroço na zona do Bota Abaixo.
A operação policial foi vivamente contestada pelos outros vendedores ambulantes, também de etnia cigana, mas instalados à entrada da Rua da Moeda, a uma dezena de metros do Largo da Maracha.É que alguns deles não tinham licença para trabalhar na Baixa da cidade e, por isso, foram identificados e ficaram sem os artigos de vestuário e calçado que tinham à venda, relatou o comandante da Polícia Municipal, Manuel Lobão.
Há cerca de dois meses, para facilitar o decurso de obras nas imediações do Largo da Maracha, a venda ambulante foi transferida para a entrada da Rua da Moeda, por ordem da autarquia. Só que, ontem, um vendedor que desobedecia a essa ordem de transferência foi abordado por um fiscal da Câmara de Coimbra.
No calor da discussão, o vendedor agrediu o fiscal, que foi transportado aos Hospitais da Universidade de Coimbra. Aqui, diagnosticaram-lhe um pequeno hematoma na zona da sobrancelha esquerda. Já o agressor pôs-se em fuga e, à tarde, ainda não tinha sido detido, informou o comandante da Polícia Municipal de Coimbra, que diz manter uma boa relação com a comunidade cigana que trabalha na Baixa.
Embora repudiando a agressão, Bruno Gonçalves, vendedor, argumentou que, ao abordar o seu colega de profissão, "o fiscal da Câmara foi muito mal-educado".
Mas o que verdadeiramente justificou a revolta dos comerciantes foi a intervenção policial sobre aqueles que, segundo Manuel Lobão, não tinham licença para a venda ambulante na Baixa. O comandante da Polícia Municipal garantiu que só cinco vendedores estavam licenciados para tal, mas, do outro lado da barricada, alegava-se que a autarquia autorizara, "provisoriamente", a actividade de outros.
O contingente policial, composto por agentes da PSP e da Polícia Municipal, também actuou sobre comerciantes licenciados cujas bancas de venda tinham uma área superior à autorizada. Manuel Fernandes, também vendedor, insurgiu-se "Como é que estas famílias se vão sustentar com bancas de um metro quadrado?".
De resto, este jovem queixou-se da perturbação que as obras na Baixa têm causado à venda ambulante. "Quando alguma casa quer fazer obras, nós somos o lixo", protestou Fernandes, pelo facto de a Câmara ter ordenado a transferência das bancas para a entrada da Rua da Moeda.
http://jn.sapo.pt/2006/07/19/centro/con ... baixo.html
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O fiscal da cãmara que lá apareceu estava a fazer o (ingrato) trabalho dele. Se o fiscal agrediu aquele vendedor verbalmente, ele se tinha que reagir fazia-o de igual maneira, isto é, agredia verbalmente de volta. E ficava por ali. Se aquele vendedor não tinha capacidade de resposta, calava e comia.Lino Escreveu:Os dois lados têm culpa: a polícia nunca deveria usar violência como se fosse para a Zona J ou assim e o cigano, ou lá quem fosse, nunca deveria ter dado porrada no fiscal.
Obviamente que a situação aqui descrita diz respeito a um único indivíduo. Como somos todos pessoas inteligentes não vamos generalizar pensando que todos os vendedores são iguais. Acredito que a maioria é boa gente a tentar ganhar a vida. Mas até boa gente tem de cumprir a lei.solum_blonde Escreveu:Conheço algumas famílias que lá vendem, e são boa gente. Coitados!
Que grande chatice. Esta cidade está a perder qualidades.
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