A Directoria de Coimbra da PJ enfrenta sérios problemas financeiros e até a simples compra de um tinteiro de impressora é uma dor de cabeça. Durante alguns dias, chegou mesmo a faltar papel higiénico nas casas de banho da instituição
Os constrangimentos financeiros que a Polícia Judiciária (PJ) enfrenta e que culminaram com a demissão do director nacional, Santos Cabral, por quebra de confiança institucional com o ministro da tutela, tiveram repercussões na Directoria de Coimbra. Segundo apurou o Diário de Coimbra, a situação está a gerar algum mal-estar entre os funcionários, sobretudo pela falta de consumíveis, caso do papel higiénico.
Fonte da PJ garantiu que «as casas de banho estiveram alguns dias sem papel higiénico», alegadamente por falta de verba, sendo a situação tanto mais grave se levarmos em conta que as instalações sanitárias não eram somente de uso interno. «Deu-se uma má imagem da instituição, porque também os arguidos, testemunhas e visitantes as usam», adiantou a mesma fonte.
De resto, a situação só parece ter sido resolvida quando um dos inspectores que se encontrava de piquete se insurgiu contra esta situação. Pelo meio, registou-se um episódio caricato, quando um funcionário afixou um pequeno letreiro, alertando os utentes para a necessidade de verificarem se havia ou não papel, sugerindo, com humor, que se trouxesse de casa um kit de sobrevivência.
Também a nível informático se constatam algumas restrições. Um dos departamentos, adiantou a mesma fonte, «tem apenas uma impressora a funcionar», por falta de tinteiros nas restantes. E o papel está a ser racionado, sendo desviado de uns departamentos para os outros.
De resto, a situação levou mesmo o director Pedro do Carmo a emitir uma circular interna, apelando à contenção nas despesas. «Solicitou, por exemplo, que não se deixassem os computadores ligados e as luzes acesas», adiantou a fonte.
Para já, a asfixia financeira ainda não se repercutiu em termos operacionais, mas houve recomendações no sentido de, sempre que possível, se marcarem diligências para o início da manhã, de modo a evitar-se despesas com refeições.
O Diário de Coimbra tentou confrontar Pedro do Carmo com estas situações, mas este remeteu quaisquer esclarecimentos para a Direcção Nacional da PJ que, por sua vez, não respondeu em tempo útil às questões colocadas.
Paulo Cardantas
www.diadiocoimbra.pt
Depois querem que a PJ funcione com sucesso e que a taxa de crime seja menor.
Que buraco onde nós estamos.



