Eu continuo sem perceber como é que o João Gabriel Silva chegou a esta posição e ao ler textos deste género, cada vez me espanto mais como é que confiam nele para lá continuar.João Gabriel Silva promete alterar métodos de ensino
A marcação de faltas durante o 1.º ano é uma das alterações preconizadas pelo novo presidente do conselho directivo. Por ano, quase 500 alunos abandonam a FCTUC.
O professor catedrático João Gabriel Silva prometeu, ontem, na tomada de posse como presidente do conselho científico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), alterar os métodos de ensino que têm vigorado naquela faculdade para combater o abandono do ensino superior, que retira, anualmente, da FCTUC, cerca de 450 estudantes.
“Os números de abandono da Faculdade de Ciências e Tecnologia são demasiado altos. Temos que combater isso e a nossa parte passa por mudar os métodos de ensino. Não podemos seguir o figurino do século XV nem continuar com aulas magistrais”, defendeu João Gabriel Silva, que substitui, ao fim de dez anos, Lélio Quaresma Lobo no conselho científico da FCTUC.
As medidas, explicou o catedrático, já em declarações aos jornalistas, passarão, por exemplo, pela reformulação e adaptação das aulas práticas às necessidades e desenvolvimentos de cada disciplina e de cada curso ou pela aplicação de faltas aos alunos do 1.º ano das licenciaturas daquela faculdade. “Os veteranos obrigam os caloiros a perder as primeiras aulas para andar a fazer macacadas e depois os estudantes não conseguem acompanhar as aulas. Por isso, nas cadeiras do primeiro ano as faltas devem ser a regra”, preconizou João Gabriel Silva.
A intenção, que segundo o responsável não será para “implementar de forma cega em todas as disciplinas”, servirá também para atenuar “o enorme fosso” que existe entre os ensinos secundário e universitário. Tal como a realização regular de “pequenos testes de 15 em 15 dias” ou da marcação “trabalhinhos de casa”.
“Temos que arranjar maneiras de levar os estudantes a trabalhar de forma regular ao longo do semestre ou do ano”, sublinhou João Gabriel Silva, que vai candidatar–se também à presidência do conselho directivo, cujas eleições decorrem a 15 de Dezembro.
O abandono escolar foi uma das razões expostas pelo docente para se ter candidatado ao conselho científico daquela faculdade. “A FCTUC teve, este ano, o maior número de entradas dos últimos seis anos. Mas estamos a perder entre 400 e 500 estudantes por ano, devido ao abandono”, alertou, rejeitando que tal se deva ao aumento do valor das propinas e adiantando que 60 por cento destes alunos deixam o ensino superior sobretudo à segunda matrícula e sem qualquer disciplina feita.
“Se conseguirmos fazer as alterações, a faculdade muda na qualidade de serviço prestado”, adivinhou, considerando que tal servirá também para atrair mais estudantes estrangeiros, outros dos objectivos que pretende concretizar enquanto presidente do conselho científico.
“Temos que ter mais ambição para transformar a FCTUC numa escola europeia de investigação”, alvitrou João Gabriel Silva, que avisou que a universidade “está em risco de tornar uma universidade residual” se não conseguir captar mais estudantes estrangeiros, tanto nos estudos graduados como pós–graduados. “Os estudantes estrangeiros chegam cá e não encontram alguém nos serviços académicos que fale inglês”, criticou.
E aproveitou para apelar ao Governo que “faça a sua parte” no que diz respeito à implementação do Processo de Bolonha, principalmente com a “uniformização da designação dos cursos”. Uma ideia que foi defendida também pelo reitor da UC, Seabra Santos, que disse que esta foi, justamente, uma das quatro preocupações apresentadas por si ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.
“Defendi a redução do número actual de designações [de cursos], que é de 825, para um conjunto de 100”, afirmou o reitor. As outras três preocupações de Seabra Santos prendem–se com, adiantou, a necessidade de uma relação entre conteúdos e designação, e com a promoção da universalidade de acesso e da duração de cursos com designação idêntica.
Congratulando–se com o nível de internacionalização da UC - que tem alunos de 57 nacionalidades, que representam cerca de 15 por cento da população estudantil-, Seabra Santos comparou o processo de Bolonha à adesão de Portugal à União Europeia. “Só desejo que o nosso país se consiga afirmar melhor [ao nível do ensino superior] do que está a conseguir no espaço económico”, rematou.
Fonte: As Beiras
Eu tive-o como professor a Sistemas Operativos e a Engenharia de Software 2 e não me deixou grandes saudades. Passei às cadeiras sem grandes problemas, mas isso ficou-se mais a dever ao meu trabalho que aos métodos dele.
Quem nunca o teve como professor a Sistemas Operativos não sabe que estas medidas milagrosas que ele anuncia aqui foram aplicadas nessa cadeira, quando ele era o docente principal. Os resultados? Sistemas Operativos era a cadeira com maior taxa de reprovação do curso (e uma das piores ou mesmo a pior de toda a FCT).
A marcação de faltas nas aulas foi uma táctica usada por alguns professores no DEI (assim como bónus para assistir às aulas). Refira-se que foram tácticas usadas pelos piores professores, aqueles que não sabem explicar e cujas aulas ensinam tanto sobre a matéria como 20 minutos passados a olhar para uma parede. Um bom professor consegue motivar os alunos a ir às aulas. Forçar todos a ir apenas vai prejudicar a qualidade do ensino. Basta lembrar como eram as teóricas de Sistemas Operativos quando toda a gente aparecia na sala... alunos sentados nas escadas, alunos do lado de fora, junto à porta, etc. É isto que queremos para o primeiro ano?
Os tais testes de 15 em 15 dias e os trabalhos semanais também existem no DEI. E tornaram-se tão frequentes que os professores abusam deles, sem qualquer controlo sobre a carga de trabalho que implicam. E depois os alunos é que acabam por sofrer com isso, sendo forçados a entregar trabalhos de baixa qualidade só para estarem dentro do prazo ou tendo de desistir de uma cadeira para acabar outra. É isto que vão tentar implementar em toda a FCT?
Muito sinceramente, colocar a pessoa responsável por uma cadeira com taxas de reprovação e desistências brutalmente elevadas a tentar impedir isso na universidade parece-me uma estupidez inqualificável. Uma pessoa cujos métodos de ensino são discutíveis e que preferia passar as aulas de Engenharia de Software II a criticar a Ponte Europa, o governo e a Câmara em vez de dar matéria dificilmente é a correcta para tomar tais decisões. Ainda bem que já acabei o curso e não vou ter de aturar estas idiotices...