Depois de completado o processo de revalidação de competências, com equivalência ao 9.º ano de escolaridade, 95 adultos receberam ontem os certificados.
“Agarraram a oportunidade que o Cearte em conjunto com outras instituições vos deu. Embora não seja fácil ao fim de tantos anos voltar à escola, aderiram e aprenderam”. Luís Rocha, director do Cearte, falava ontem na cerimónia de entrega dos certificados de revalidação de competências, e lembrou aos 95 adultos certificados que estes “fizeram um esforço difícil”. Depois de um dia de trabalho “ainda ir estudar não é fácil”, salientou.
Com este programa de revalidação de competências lançado pelo Governo e que pretende “qualificar um milhão de portugueses até 2010”, Luís Rocha referiu que os adultos ontem certificados “são uma parte desse número”. Pretendendo que cada adulto certificado sirva de “exemplo e inspiração” para outros, Luís Rocha lembrou ainda que “sem formação e qualificação”, o futuro de cada um “torna–se muito mais complicado”. Se agora o diploma entregue corresponde ao 9.º ano de escolaridade, o director do Cearte pretende que os alunos “não parem e fiquem por aqui”, e “aproveitem esta oportunidade para seguirem”, para já, até ao 12.º ano. Uma vez que, para muitos, houve uma altura em “que a vida não sorriu”, agora apenas é necessário “aproveitar a oportunidade”, por isso, o diploma ontem entregue é “justo e merecido”.
Para Carlos Alberto Cardoso esta certificação é “uma valorização para todos os que participaram”, e que permite “maior possibilidade para entrar no mercado de trabalho”. Para o presidente da Junta de Freguesia de Mira esta formação “é um trampolim para a integração”.
Oportunidade que não se pode desperdiçar
Jorge Manuel Silva foi um dos alunos que ontem recebeu o diploma. Perante uma sala repleta de “estudantes”, o seu testemunho foi o exemplo ouvido. “A revalidação de competências foi bastante importante”, uma vez que a sua vida, por várias razões, não lhe permitiu efectuar os estudos no tempo devido. Agora, e quando “sentia alguma vergonha e frustração por não possuir o 12.º ano completo, surgiu esta oportunidade”. Jorge Silva agarrou-a “com unhas e dentes” e ingressou no processo de certificação e revalidação de competências. Ontem, dia em que uma nova etapa da sua vida ficou concluída, Jorge Silva admitiu: “tenho o desejo de continuar até ao 12.º ano, pois esta é uma oportunidade que não podemos dispensar”.
As Beiras