E se as coisas correrem bem, ou seja se se concretizarem, então Coimbra será vista não como a cidade com a estação do Século XIX mas sim como a cidade que foi mais inteligente, esperando para integrar tudo numa só estação, aproveitando para requalificar uma enorme área..
da mesma forma que, mudando de tema, das cidades da região centro que foram anfitriãs do Euro, Coimbra é a única cujo estádio, bem ou mal, continua a ser minimamente rentável, ao contrário dos de Aveiro, Leiria, Faro/Loulé e Braga.. nem tudo o que se faz por cá é mal pensado..
Comboios em Coimbra
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Eu entendo o teu ponto de vista, o que é provisório acaba muitas vezes como definitivo neste país.. (é isso que me assusta na temporária rotunda que liga a via rápida de Taveiro à nova variante ao IC2)..
o ter de transpor os carris a pé numa estação de uma cidade como Coimbra, a carregar as malas, é algo que já não se usa numa Europa moderna..
o ter de transpor os carris a pé numa estação de uma cidade como Coimbra, a carregar as malas, é algo que já não se usa numa Europa moderna..
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Eu acho muito bem que se espere para fazer algo em condições. Não vamos enterrar dinheiro num sítio que vai à vida daqui a, relativamente, pouco tempo.
Claro que partilho as reticências dos que têm medo que a estação demore mais a chegar do que seria desejável.
Mas tenho de ser franco na minha opinião e dizer que estou completamente de acordo com o facto de se estar a aguardar para se fazer uma coisa decente de uma vez só.
Claro que partilho as reticências dos que têm medo que a estação demore mais a chegar do que seria desejável.
Mas tenho de ser franco na minha opinião e dizer que estou completamente de acordo com o facto de se estar a aguardar para se fazer uma coisa decente de uma vez só.
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Não demora, já demorou tempo de mais! Estamos no séc. XXI...bru_nex Escreveu:Eu acho muito bem que se espere para fazer algo em condições. Não vamos enterrar dinheiro num sítio que vai à vida daqui a, relativamente, pouco tempo.
Claro que partilho as reticências dos que têm medo que a estação demore mais a chegar do que seria desejável.
Mas tenho de ser franco na minha opinião e dizer que estou completamente de acordo com o facto de se estar a aguardar para se fazer uma coisa decente de uma vez só.
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Sem dúvida nenhuma. Coimbra é aquela estação que faz mexer o InterCidades. Quando o comboio pára em Coimbra entra e sai tanta gente!!! Só me apercebi disso quando comecei a andar de comboio com mais frequência.
Uma das coisas a que eu acho que Coimbra devia ter direito era a uma equiparação do preço dos bilhetes em relação ao Porto/Aveiro. Por exemplo, Aveiro - Porto custa €2,15 de suburbano. Coimbra/Aveiro (é mais perto, inclusivamente, do que Aveiro/Porto) custa 4,70 de regional.
Acho uma estupidez esta disparidade. Como é óbvio, a população de Aveiro é atraída para o Porto em detrimento da atracção por Coimbra.
Uma das coisas a que eu acho que Coimbra devia ter direito era a uma equiparação do preço dos bilhetes em relação ao Porto/Aveiro. Por exemplo, Aveiro - Porto custa €2,15 de suburbano. Coimbra/Aveiro (é mais perto, inclusivamente, do que Aveiro/Porto) custa 4,70 de regional.
Acho uma estupidez esta disparidade. Como é óbvio, a população de Aveiro é atraída para o Porto em detrimento da atracção por Coimbra.
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Ainda bem que falas em preços! Quando fui morar para fora de Coimbra andei a sondar os preços dos transportes públicos porque sempre os utilizei. Acabei por verificar que a oferta é escassa para quem necessita de utilizar mais do que um transporte e as que existem não têm qualquer vantagem para o passageiro.bru_nex Escreveu:Sem dúvida nenhuma. Coimbra é aquela estação que faz mexer o InterCidades. Quando o comboio pára em Coimbra entra e sai tanta gente!!! Só me apercebi disso quando comecei a andar de comboio com mais frequência.
Uma das coisas a que eu acho que Coimbra devia ter direito era a uma equiparação do preço dos bilhetes em relação ao Porto/Aveiro. Por exemplo, Aveiro - Porto custa €2,15 de suburbano. Coimbra/Aveiro (é mais perto, inclusivamente, do que Aveiro/Porto) custa 4,70 de regional.
Acho uma estupidez esta disparidade. Como é óbvio, a população de Aveiro é atraída para o Porto em detrimento da atracção por Coimbra.
No meu agregado somos 3 pelo que seria apelativo a existência de passes familiares. Por outro lado, ao usar comboio e autocarros poderia haver acordos entre as empresas no sentido de fazer preços mais em conta para quem é obrigado a utilizar estes dois serviços. Bilhete familiar parece que é coisa que não existe, e passe intermodal parece que existe mas segundo entendi quando me informei na Estação de Coimbra, o preço é o somatório do preço do passe do comboio com o dos SMTUC.
Na altura fiz as contas e desde há quase 4 anos que venho de automóvel todos os dias. Mensalmente para 3 pessoas o custo do combustível fica em cerca de metade do que iria gastar em transportes públicos. Mesmo contando com a manutenção do veículo, ao fim de 3 anos o balanço que faço é que continua a ser mais barato andar de carro... e confortável!
Desde os 10 anos que ando de autocarro, usei passe, senhas, nos meses em que não justificava o uso de passe intercalava as senhas com o andar a pé e sempre poupava um "pico" na senha. Não me importaria de voltar aos transporte públicos (também sempre gostei de andar e comboio) mesmo que pagasse um pouco mais do que aquilo que gasto de automóvel, mas o dobro não! Querem que as pessoas andem de transporte público mas não facilitam a vida a ninguém.
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Passe Bimodal (CP/SMTUC) (mensal) - 35.00 €micromys Escreveu:Ainda bem que falas em preços! Quando fui morar para fora de Coimbra andei a sondar os preços dos transportes públicos porque sempre os utilizei. Acabei por verificar que a oferta é escassa para quem necessita de utilizar mais do que um transporte e as que existem não têm qualquer vantagem para o passageiro.bru_nex Escreveu:Sem dúvida nenhuma. Coimbra é aquela estação que faz mexer o InterCidades. Quando o comboio pára em Coimbra entra e sai tanta gente!!! Só me apercebi disso quando comecei a andar de comboio com mais frequência.
Uma das coisas a que eu acho que Coimbra devia ter direito era a uma equiparação do preço dos bilhetes em relação ao Porto/Aveiro. Por exemplo, Aveiro - Porto custa €2,15 de suburbano. Coimbra/Aveiro (é mais perto, inclusivamente, do que Aveiro/Porto) custa 4,70 de regional.
Acho uma estupidez esta disparidade. Como é óbvio, a população de Aveiro é atraída para o Porto em detrimento da atracção por Coimbra.
No meu agregado somos 3 pelo que seria apelativo a existência de passes familiares. Por outro lado, ao usar comboio e autocarros poderia haver acordos entre as empresas no sentido de fazer preços mais em conta para quem é obrigado a utilizar estes dois serviços. Bilhete familiar parece que é coisa que não existe, e passe intermodal parece que existe mas segundo entendi quando me informei na Estação de Coimbra, o preço é o somatório do preço do passe do comboio com o dos SMTUC.
Na altura fiz as contas e desde há quase 4 anos que venho de automóvel todos os dias. Mensalmente para 3 pessoas o custo do combustível fica em cerca de metade do que iria gastar em transportes públicos. Mesmo contando com a manutenção do veículo, ao fim de 3 anos o balanço que faço é que continua a ser mais barato andar de carro... e confortável!
Desde os 10 anos que ando de autocarro, usei passe, senhas, nos meses em que não justificava o uso de passe intercalava as senhas com o andar a pé e sempre poupava um "pico" na senha. Não me importaria de voltar aos transporte públicos (também sempre gostei de andar e comboio) mesmo que pagasse um pouco mais do que aquilo que gasto de automóvel, mas o dobro não! Querem que as pessoas andem de transporte público mas não facilitam a vida a ninguém.
Conheces este passe? Pelo preço, é como se pagasses apenas o passe geral dos SMTUC e tens direito ao passe da CP.
E também há este: Passe Combinado (mensal) - Gratuito nos SMTUC (Protocolo entre a CMC e as transportadoras JOALTO MONDEGO, MOISÉS CORREIA DE OLIVEIRA e TRANSDEV). Neste caso pagas apenas o passe da transportadora que escolheres.
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Na altura explicaram-me que esse passe bimodal era um passe único que servia para a CP e para os SMTUC. Tinha, no entanto, de pagar mensalmente a parte referente à CP e a parte referente aos SMTUC, imagina, 35 euros para os SMTUC e 40 para a CP, ou seja, teria de pagar 75 euros mensais para usar os dois tipos de transporte. Vou lá informar-me outra vez, podem ter-me informado mal.DaniFR Escreveu:Passe Bimodal (CP/SMTUC) (mensal) - 35.00 €
Conheces este passe? Pelo preço, é como se pagasses apenas o passe geral dos SMTUC e tens direito ao passe da CP.
E também há este: Passe Combinado (mensal) - Gratuito nos SMTUC (Protocolo entre a CMC e as transportadoras JOALTO MONDEGO, MOISÉS CORREIA DE OLIVEIRA e TRANSDEV). Neste caso pagas apenas o passe da transportadora que escolheres.
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O passe bimodal (CP/ SMTUC) não conheço bem, apenas me baseei na informação do site dos SMTUC.micromys Escreveu:Na altura explicaram-me que esse passe bimodal era um passe único que servia para a CP e para os SMTUC. Tinha, no entanto, de pagar mensalmente a parte referente à CP e a parte referente aos SMTUC, imagina, 35 euros para os SMTUC e 40 para a CP, ou seja, teria de pagar 75 euros mensais para usar os dois tipos de transporte. Vou lá informar-me outra vez, podem ter-me informado mal.DaniFR Escreveu:Passe Bimodal (CP/SMTUC) (mensal) - 35.00 €
Conheces este passe? Pelo preço, é como se pagasses apenas o passe geral dos SMTUC e tens direito ao passe da CP.
E também há este: Passe Combinado (mensal) - Gratuito nos SMTUC (Protocolo entre a CMC e as transportadoras JOALTO MONDEGO, MOISÉS CORREIA DE OLIVEIRA e TRANSDEV). Neste caso pagas apenas o passe da transportadora que escolheres.
Em relação ao passe combinado, posso-te garantir que só se paga uma parte, fincando gratuito nos SMTUC.
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diz a câmara
“Claramente uma péssima
notícia para Coimbra”
Adiamento do TGV, ontem anunciada pelo Governo, coloca a tão desejada
nova estação ferroviária de Coimbra em “stand-by” por mais dois anos
O projecto da nova estação ferroviária de Coimbra, da responsabilidade da RAVE, assim como o plano de urbanização de toda envolvente a esta estrutura, desenhada pelo arquitecto espanhol Juan Busquets ficarão em “stand-by”, pelo menos até 2012, com a decisão ontem anunciada pelo ministro das Finanças de adiar por dois anos as linhas de alta velocidade (TGV) de Lisboa-Porto e Porto-Vigo.
As declarações de Teixeira dos Santos, em conferência de Imprensa onde apresentou as linhas gerais do Programa de Estabilidade e Crescimento foram, portanto, recebidas na Câmara Municipal de Coimbra com «preocupação», uma vez que estes dois projectos em conjunto viriam resolver definitivamente o problema da chegada ferroviária a Coimbra que, neste momento, segundo João Paulo Barbosa de Melo, se faz através de uma «vergonhosa» Estação de Coimbra-B.
«Para Coimbra era absolutamente fundamental que este projecto se desenvolvesse e que fosse para a frente», confessou o vice-presidente da autarquia, que não teve dúvidas em considerar as declarações do ministro das Finanças, «claramente, uma péssima notícia para Coimbra». Isto tendo em conta que, de acordo com o autarca, estava prevista para Julho a apresentação do primeiro troço do TGV, que incluiria a ligação Lisboa-Coimbra, englobando a tão desejada estação. Com este anúncio, «temos o projecto adiado em dois anos», considerou.
O Diário de Coimbra tentou obter esclarecimentos junto da RAVE sobre as repercussões para o projecto da nova estação desta decisão do Governo, mas fonte do Gabinete de Comunicação e Imagem da empresa que gere a Rede de Alta Velocidade, informou que «não serão feitas quaisquer declarações sobre o assunto». No Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações, apesar das tentativas, não foi possível obter qualquer esclarecimento, quer sobre o andamento do projecto, quer sobre o adiamento das duas linhas de alta velocidade.
Obras em Coimbra B
até Setembro
De qualquer forma, Barbosa de Melo considera que, a confirmar-se esta «má notícia», Coimbra «não pode esperar muito mais tempo uma decisão definitiva do Governo» para resolver o problema das acessibilidades ferroviárias. «Temos de encontrar formas de minimizar esta decisão, esperando que este adiamento não seja o princípio do fim do TGV», continuou, confirmando que a autarquia tem vindo, juntamente com a REFER, a projectar trabalhos de modernização para Coimbra B e a desenvolver esforços para «dar o mínimo de dignidade possível a quem nos visita».
A REFER já tinha anunciado anteriormente uma intervenção em Coimbra B, a rondar os 1,5 milhões de euros. Fonte do Gabinete de Comunicação e Imagem confirmou ontem ao Diário de Coimbra que «as obras na Estação de Coimbra B deverão ficar concluídas no final do primeiro semestre» deste ano, incluindo a empreitada «a reabilitação das vias ascendente e descendente, bem como a melhoria das condições de drenagem da plataforma e de operação desta infra-estrutura ferroviária».
Recorde-se que esta já é a segunda vez que a nova estação ferroviária é adiada devido ao TGV. O primeiro projecto, chamado “Estações com Vida”, também da autoria de Juan Busquets incluía uma gare intermodal, bem como a requalificação da zona ribeirinha e não chegou a concretizar-se uma vez que a nova estação – que será construída cerca de 500 metros a norte da actual – passou a integrar as redes de alta velocidade e, portanto, o seu desenho passou a integrar o projecto do TGV, da responsabilidade da RAVE.
Estação é necessidade
que não pode ser adiada
Victor Baptista espera que o adiamento não faça deslizar no tempo muito para lá dos dois anos o projecto da nova estação ferroviária de Coimbra, uma obra que o deputado socialista e presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS considera «muito mais importante e de maior necessidade para Coimbra do que o TGV». «Até já devia estar construída», atira.
«É evidente que a situação financeira do país conduz naturalmente a que alguns investimentos venham a ser adiados e o TGV é inevitável que seja deslizado no tempo», afirma, recordando que Portugal «tem metas a atingir até 2013 no combate ao défice e à dívida pública».
Já Pedro Machado considera esta «uma má decisão» do Governo, uma vez que das três linhas, a que se mantém (Lisboa – Madrid) é a apontada, ao contrário da Lisboa-Porto-Vigo, como «a menos rentável e a que gera menos fluxos». O presidente da Distrital do PSD diz que o Governo «embora tardiamente, tem algum sentido de responsabilidade e equaciona se mega investimentos são ou não prioritários para o país».
Machado adianta que «a manter-se a teimosia» de apenas adiar duas das três linhas previstas, e entre elas estar logo as mais a Norte do país, «não é apenas Coimbra e a sua estação que ficam em jogo, mas toda a região Centro e Norte de Portugal, que sofrerão os impactos desta decisão em várias áreas».
Entretanto existe um grupo no facebook chamado «Queremos uma nova estação de comboios em Coimbra, quer haja TGV, quer não!».
Muito sinceramente, isto não faz sentido. É a prova de que o país é só Lisboa. Que não se façam as estações TGV das outras cidades, tudo bem... Mas Coimbra é diferente. Além de ser uma estação TGV (da responsabilidade da REFER) é também uma estação de linha convencional (logo, da responsabilidade do projecto Estações Com Vida).
Não tenho nada contra o adiamento do TGV, mas acho que Coimbra não merece ser penalizada por causa disso.
Que se tenha em atenção que não está «só» em causa a construção da nova estação, mas também a reconversão de todo o espaço entre a Portagem e a futura estação (1km a norte da actual).
“Claramente uma péssima
notícia para Coimbra”
Adiamento do TGV, ontem anunciada pelo Governo, coloca a tão desejada
nova estação ferroviária de Coimbra em “stand-by” por mais dois anos
O projecto da nova estação ferroviária de Coimbra, da responsabilidade da RAVE, assim como o plano de urbanização de toda envolvente a esta estrutura, desenhada pelo arquitecto espanhol Juan Busquets ficarão em “stand-by”, pelo menos até 2012, com a decisão ontem anunciada pelo ministro das Finanças de adiar por dois anos as linhas de alta velocidade (TGV) de Lisboa-Porto e Porto-Vigo.
As declarações de Teixeira dos Santos, em conferência de Imprensa onde apresentou as linhas gerais do Programa de Estabilidade e Crescimento foram, portanto, recebidas na Câmara Municipal de Coimbra com «preocupação», uma vez que estes dois projectos em conjunto viriam resolver definitivamente o problema da chegada ferroviária a Coimbra que, neste momento, segundo João Paulo Barbosa de Melo, se faz através de uma «vergonhosa» Estação de Coimbra-B.
«Para Coimbra era absolutamente fundamental que este projecto se desenvolvesse e que fosse para a frente», confessou o vice-presidente da autarquia, que não teve dúvidas em considerar as declarações do ministro das Finanças, «claramente, uma péssima notícia para Coimbra». Isto tendo em conta que, de acordo com o autarca, estava prevista para Julho a apresentação do primeiro troço do TGV, que incluiria a ligação Lisboa-Coimbra, englobando a tão desejada estação. Com este anúncio, «temos o projecto adiado em dois anos», considerou.
O Diário de Coimbra tentou obter esclarecimentos junto da RAVE sobre as repercussões para o projecto da nova estação desta decisão do Governo, mas fonte do Gabinete de Comunicação e Imagem da empresa que gere a Rede de Alta Velocidade, informou que «não serão feitas quaisquer declarações sobre o assunto». No Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações, apesar das tentativas, não foi possível obter qualquer esclarecimento, quer sobre o andamento do projecto, quer sobre o adiamento das duas linhas de alta velocidade.
Obras em Coimbra B
até Setembro
De qualquer forma, Barbosa de Melo considera que, a confirmar-se esta «má notícia», Coimbra «não pode esperar muito mais tempo uma decisão definitiva do Governo» para resolver o problema das acessibilidades ferroviárias. «Temos de encontrar formas de minimizar esta decisão, esperando que este adiamento não seja o princípio do fim do TGV», continuou, confirmando que a autarquia tem vindo, juntamente com a REFER, a projectar trabalhos de modernização para Coimbra B e a desenvolver esforços para «dar o mínimo de dignidade possível a quem nos visita».
A REFER já tinha anunciado anteriormente uma intervenção em Coimbra B, a rondar os 1,5 milhões de euros. Fonte do Gabinete de Comunicação e Imagem confirmou ontem ao Diário de Coimbra que «as obras na Estação de Coimbra B deverão ficar concluídas no final do primeiro semestre» deste ano, incluindo a empreitada «a reabilitação das vias ascendente e descendente, bem como a melhoria das condições de drenagem da plataforma e de operação desta infra-estrutura ferroviária».
Recorde-se que esta já é a segunda vez que a nova estação ferroviária é adiada devido ao TGV. O primeiro projecto, chamado “Estações com Vida”, também da autoria de Juan Busquets incluía uma gare intermodal, bem como a requalificação da zona ribeirinha e não chegou a concretizar-se uma vez que a nova estação – que será construída cerca de 500 metros a norte da actual – passou a integrar as redes de alta velocidade e, portanto, o seu desenho passou a integrar o projecto do TGV, da responsabilidade da RAVE.
Estação é necessidade
que não pode ser adiada
Victor Baptista espera que o adiamento não faça deslizar no tempo muito para lá dos dois anos o projecto da nova estação ferroviária de Coimbra, uma obra que o deputado socialista e presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS considera «muito mais importante e de maior necessidade para Coimbra do que o TGV». «Até já devia estar construída», atira.
«É evidente que a situação financeira do país conduz naturalmente a que alguns investimentos venham a ser adiados e o TGV é inevitável que seja deslizado no tempo», afirma, recordando que Portugal «tem metas a atingir até 2013 no combate ao défice e à dívida pública».
Já Pedro Machado considera esta «uma má decisão» do Governo, uma vez que das três linhas, a que se mantém (Lisboa – Madrid) é a apontada, ao contrário da Lisboa-Porto-Vigo, como «a menos rentável e a que gera menos fluxos». O presidente da Distrital do PSD diz que o Governo «embora tardiamente, tem algum sentido de responsabilidade e equaciona se mega investimentos são ou não prioritários para o país».
Machado adianta que «a manter-se a teimosia» de apenas adiar duas das três linhas previstas, e entre elas estar logo as mais a Norte do país, «não é apenas Coimbra e a sua estação que ficam em jogo, mas toda a região Centro e Norte de Portugal, que sofrerão os impactos desta decisão em várias áreas».
Entretanto existe um grupo no facebook chamado «Queremos uma nova estação de comboios em Coimbra, quer haja TGV, quer não!».
Muito sinceramente, isto não faz sentido. É a prova de que o país é só Lisboa. Que não se façam as estações TGV das outras cidades, tudo bem... Mas Coimbra é diferente. Além de ser uma estação TGV (da responsabilidade da REFER) é também uma estação de linha convencional (logo, da responsabilidade do projecto Estações Com Vida).
Não tenho nada contra o adiamento do TGV, mas acho que Coimbra não merece ser penalizada por causa disso.
Que se tenha em atenção que não está «só» em causa a construção da nova estação, mas também a reconversão de todo o espaço entre a Portagem e a futura estação (1km a norte da actual).