Bolonha em 2007/2008

[mustiness]

E os curso mais teóricos - história por exemplo - que foram restruturados também há pouco tempo ("para ficarem mais adaptados a Bolonha quando isso chegasse"), que perderam muito em exigência.
Eu fiz o meu primeiro ano a estudar o mesmo que no secundário (e eu nao estudava nada!) e com média de 17. qq coisa. E não sou um génio. Era mesmo apenas estudar 1 ou 2 dias antes conforme o número de páginas de apontamentos a saber e pronto. Não fosse o meu pai chatear-se que eu não fazia nada e mais valia mudar de curso para aprender a trabalhar, tinha feito o mesmo no 2º ano.

Este ano vim para Barcelona e fiquei meia aparvalhada com a diferença a nível de exigência. Basta ver que eu em Coimbra nunca tinha feito uma crítica a uma obra que tivesse lido, nem havia leituras obrigatórias com direito a pergunta no exame.

Se Bolonha trouxer algo de bom, que traga e obrigue a um nível de exigência mais alto. A um trabalho contínuo e que não seja "ouvir ouvir ouvir e depois escrever escrever escrever durante 90 minutos". Se isso afugentar os alunos, só têm de os cativar de outra maneira.

[Corsario-Negro]

É verdade que, infelizmente, também há cursos que exageram na carga teórica... mas não se pode só despejar prática para cima dos alunos. E o que me parece que estão a fazer, pelo menos no curso de Engenharia Informática, é enveredar cada vez mais pela segunda opção, que é incrivelmente errada. O curso começou a perder qualidade quando fizeram a revisão curricular há uns anos (que me apanhou no terceiro ano, pelo que fiz quase metade num programa e metade noutro) e ficou apenas um curso mediano (digamos que, no estado actual, não o recomendaria aos meus filhos - se tivesse filhos).. com as novas alterações, sabe-se lá onde vai parar.

As novas alterações vão reforçar um primeiro ciclo de conhecimentos base (vai haver uma PA4 só para dar o exemplo, com outro nome mas é basicamente uma PA4) e o 2º ciclo será para formar os tais engenheiros.

Tem que haver um equilibrio pois sair só com conhecimentos teóricos e depois não saber fazer nada de prático

[Briooosa]

pelo que tenho ouvido e lido sobre as alteraçoes nos cursos,vai ser apenas disfarçar os cursos,nao vai haver nenhuma reforma a fundo que era o que se esperava,pelo menos eu,na parte que me toca em relação ás engenharias e pelas alterações que vao a ser feitas,ninguem vai ficar em condiçoes de entrar no mercado de trabalho com apenas o 1º ciclo,o que eu acho bastante mal,por alguma razao a ordem de engenheiros nao vao reconheçer estes licenciados,e pelos vistos nem na dos eng.tecnicos será possivel inscreverem-se,ou seja tiram tres anos e nao podem fazer nada porque nao tem habilitaçoes para isso,pelo menos para assinar,nao é o meu caso mas por exemplo em eng.civil os tres anos nao adiantam mesmo nada,visto que como nao se podem inscrever nem nos eng.tecnicos nao podem assinar nada,nem projectos até 2 milhoes de euros que era o que acontecia com os bachareis.e depois disso pelos vistos as propinas de mestrada sao a doer,nao sei o valar ao certo mas pelo que me disseram é muito,alias ninguem sabe bem porque para algumas eng. ninguem sabe ainda como vai ser o modelo a implementar.
ou seja mais uma vez vai haver mudanças que nao trazem nada de novo,só espero é que nao sirvam para piorar ainda mais o ensino.
enquanto nao se mentalizarem que a reforma terá que ser feita pelos primeiros anos de escolas ninguem anda pra frente.

[Chong Li]

até 2 milhoes de euros que era o que acontecia com os bachareis.e depois disso pelos vistos as propinas de mestrada sao a doer

Isso sim, não me admirava nada.
Com propinas a doer... chapéu. Quem tem guito safa-se, quem não tem... paciência...

[Corsario-Negro]

.e depois disso pelos vistos as propinas de mestrada sao a doer

Reconhecendo o carácter de formação de base conferido pelo conjunto dos dois cursos (Licenciatura e Mestrado), assume-se que as condições de financiamento e as propinas são as mesmas da actual Licenciatura.

Se o Mestrado for mais caro, é mau para as Univs pois é ai que se vão diferenciar dos Politécnicos, assim sendo é do interesse até dos Professores que seja como está descrito na citação.

Eu já li os documentos de Eng. Informática (meu curso), vai haver uma mudança bastante substancial no curriculo


É também suposto nas engenharias fazerem-se os dois ciclos, e pelo menos em Eng. Informática não haver novo concurso para acesso ao 2º ciclo para quem acaba o 1º na UC (tem entrada directa).

[cjnmc]

Do que eu conheço do processo, sendo de um curso bi-etápico num politécnico, creio que vai ser bom para diversificar p leque de disciplinas e para dar maior componente prática e até experiência internacional para os estudantes. Creio que deve haver maior articulação e comunicação entre os institutos do ensino superior na Europa.

Em Portugal a percentagem de estudantes que fazem erasmus e de cerca de 2%...Como queres que a mobilidade como lhe chamam em bolonha seja uma realidade???????

[mustiness]

Não fazem porquê? Porque para além dos custos implicados, que nem sequer têm de ser muito elevados, não há semellhança de curriculos. Eu vou voltar a Portugal e vou fazer mais não sei quantas cadeiras..e nada me garante que estas que ando a fazer tenham equivalência.
Mais... Barcelona foi a única universidade que eu encontrei entre Espanha, França, Reino Unido e Itália que tinha umas cadeiras que me permitia fazer 10 das 12 que faço todos os anos. E mesmo assim... algumas vai ser difici de convencer a coordenadora que há equivalência.

Com Bolonha talvez isso seja mais facil, abrindo maiores possibilidades de intercâmbios e programas de mobilidade.

[Corsario-Negro]

Só haverá mobilidade se os professores tiverem em conta os curriculos de outras Univs estrangeiras, a ideia que eu tenho(e posso estar errado, também não tenho assim tanta informação dos outros cursos) é que muitos outros departamentos/faculdades estão a fazer que é basicamente dividirem o curso actual em duas partes sem fazer uma boa revisão curricular, ora claro que isso é vira o disco e toca o mesmo e nada vai contribuir para a mobilidade.

[Lino]

Queres saber orque não fazem Erasmus?
1- As Universidades Portuguesas não promovem o programa, além do facto de, quando os estudantes regressam com os créditos das cadeiras feitas na instituição do outro país, a universidade e institutos portugueses não fazerem a correspondência directa à nota lá obtida, dand sempre menos ou não reconhecendo as disciplinas.
2- o processo de candidatura é burocrático, cheio de papelada, o que desmotiva muitos.
3- eu, por exemplo, estive na Alemanha 5 meses e tinha pedido bolsa. Dos 1250€ máximos que me tinham falado que eu iria receber, recebi apenas 850€ e atrasados, só porque as bolsas de Erasmus são dadas pela agência nacional de Erasmus, enquanto qu eo smeus colegas estrangeiros tinham bolsas bem superiores!!

Ainda falta muito por fazer neste âmbito...
Do que conheço, sou a favor do processo pois será bom para a maior abertura e diversidade dos cursos à realidade se estes estiverem bem definidos. Tenho cadeiras, por exemplo, que não interessam ao Menino Jesus. Remodelem o programa e acabem com as licenciaturas bi-etápicas pois empatam a vida aos alunos e os bacharelatos já não servem tanto como já serviram

[mustiness]

O sistema das bolsas mudou... Agora sabes exactamente quanto te dão antes de ires e recebes 80% logo no inicio e 20% mais para o fim.

[cjnmc]

Queres saber orque não fazem Erasmus?
1- As Universidades Portuguesas não promovem o programa, além do facto de, quando os estudantes regressam com os créditos das cadeiras feitas na instituição do outro país, a universidade e institutos portugueses não fazerem a correspondência directa à nota lá obtida, dand sempre menos ou não reconhecendo as disciplinas.
2- o processo de candidatura é burocrático, cheio de papelada, o que desmotiva muitos.
3- eu, por exemplo, estive na Alemanha 5 meses e tinha pedido bolsa. Dos 1250€ máximos que me tinham falado que eu iria receber, recebi apenas 850€ e atrasados, só porque as bolsas de Erasmus são dadas pela agência nacional de Erasmus, enquanto qu eo smeus colegas estrangeiros tinham bolsas bem superiores!!

Ainda falta muito por fazer neste âmbito...
Do que conheço, sou a favor do processo pois será bom para a maior abertura e diversidade dos cursos à realidade se estes estiverem bem definidos. Tenho cadeiras, por exemplo, que não interessam ao Menino Jesus. Remodelem o programa e acabem com as licenciaturas bi-etápicas pois empatam a vida aos alunos e os bacharelatos já não servem tanto como já serviram

A principal razao porque nao fazem nao e essa..E unica e simplemente a falta de dinheiro..So faz erasmus kem pode
Quanto à reestruturação dos cursos por causa de bolonha, era de facto um ponto interessante,mas se fizessem reestruturações com pes e cabeça, que nao e o que esta a acontecer, e eu estou a falar porque tenho conhecimento do que se esta a passar na Universidade de Coimbra..Está tudo a ser feito a despachar sem falar que existe um grande jogo de interesses entre os cursos e os professores,os maiores comem os pequeninos..Por isso, informem-se mais antes de dizer certas coisas...

[Dracula]

Deixem lá, que o governo tb. tem a sua quota parte (senão grande parte) da culpa...

É que de o governo não sai nada. É do estilo:amanhem-se...Não queremos saber se vão por 3 anos ou 4, não dizemos se o 2º ciclo é financiado ou não e a 3 dias do prazo vamos introduzir alterações nas propostas que devem ser apresentadas

Portanto, quando de cima já vem o mau exemplo

[Lino]

Por exemplo no programa Leonardo o pessoal tem pelo menos parte da viagem cara, no Erasmus o pessoal que se desunhe.
Sobre a reestruturação dos cursos, acho bem que haja os outros dois ciclos pois leva mais pessoal a fazer mestrados e doutoramentos sem demorarem anos a fio e terem despesas gigantescas como actualmente acontece. O meu curso (Animação Socioeducativa, na ESEC) está a começar a ser reestruturado e acho bem que haja cadeiras mais diversas para os futuros alunos!

[cjnmc]

Deixem lá, que o governo tb. tem a sua quota parte (senão grande parte) da culpa...

É que de o governo não sai nada. É do estilo:amanhem-se...Não queremos saber se vão por 3 anos ou 4, não dizemos se o 2º ciclo é financiado ou não e a 3 dias do prazo vamos introduzir alterações nas propostas que devem ser apresentadas

Portanto, quando de cima já vem o mau exemplo

Tens toda a razão...O exemplo devia vir de cima

[mustiness]

Lembrei-me de outro motivo que leva as pessoas a não fazer erasmus, a falta de informação. Nós em Coimbra temos 2 responsáveis, uma pelos estudantes que vêm e outra pelos que vão, a Dra. Sofia. Ela assina os papeis, trata dos acordos, vai às faculdades uma vez por ano e depois manda-nos mails a saber se estamos bem.

Aqui temos um responsavel por faculdade (so de geografia e historia temos uma senhora) e papeis colados pela faculdade inteira. Cada vez que é preciso falar com ela a fila e tao grande como no Serviço de Relações Internacionais em Coimbra.

Pode ser que muitos não possam ir porque a ajuda financeira não é, de facto, grande coisa, mas também passa pela falta de informação/motivação e pela falta de meios para integrar estudantes internacionais no nosso ambiente estudantil. vê-los aí dá vontade também de sair do país!