Agricultores protestam na via rápida de Taveiro
Os proprietários e agricultores da margem esquerda do Mondego, entre Coimbra e Pereira do Campo, manifestam-se hoje contra o alegado “autismo” das entidades do Estado em relação às suas reivindicações.
Assembleia da República, Governo Civil, direcções regionais de Agricultura e do Ambiente, Instituto da Água (INAG) e CCDRC são os organismo que os agricultores da margem esquerda do rio Mondego, no troço entre Coimbra e Pereira do Campo, acusam de falta de diálogo e autismo em relação às suas preocupações.
Hoje, os produtores agrícolas e proprietários destes terrenos vão-se juntar aos presidentes das juntas de freguesia de S. Martinho do Bispo, Ribeira de Frades, Taveiro, Ameal, Arzila e Pereira do Campo, e protestar na via rápida de Taveiro, com a realização de uma marcha lenta.
«Lamentamos incomodar o trânsito», disse Augusto Calhau ao Diário de Coimbra, justificando que, desde a manifestação realizada no dia 5 de Março, por ocasião da visita da Comissão Parlamentar de Agricultura, não tem havido resposta às suas pretensões. «Andámos a ser enganados de dia para dia», afirma.
Na verdade, a visita parlamentar não teve o efeito que, supostamente era pretendido, tanto mais que os responsáveis de diversos organismos que tutelam o aproveitamento do Baixo Mondego, apenas mostraram, em formato multimédia, o que já foi feito, tendo o presidente do INAG afirmado, claramente, que não há dinheiro para terminar o projecto.
Mais grave terá sido o facto de Orlando Borges ter deixado a delegação a meio da visita, evitando assim o confronto de argumentos com os agricultores que o aguardavam no Porto de Taveiro.
Na altura, apesar do diálogo acalorado, foi possível chegar a algum entendimento, com o deputado Horácio Antunes a servir de elemento apaziguador. Contudo, passada a “tempestade”, terá regressado a falta de diálogo, algo que leva os agricultores a optar pelos protestos.
Recorde-se que as reivindicações dos proprietários e produtores destes terrenos, ao longo de 12 km de margem e 730 hectares de área, passam pela conclusão do emparcelamento e limpeza do canal de rega, queixando-se de tratamento diferente em relação aos colegas da margem direita.
Os agricultores criticam o facto de estarem a receber facturas, emitidas pela Associação de Beneficiários da Obra do Mondego, relativas à limpeza da vala e manutenção dos equipamentos, serviço que, até aqui, era assegurado e pago pelo INAG.
Perante o silêncio e a decisão unilateral de deixar de pagar por parte do organismo, os proprietários e autarcas das freguesias afectadas por esta situação prometeram endurecer a luta, algo que hoje vão cumprir.
Fonte: Diário de Coimbra
Não sei se o aviso ainda vai a tempo, mas, se isto for de tarde, podem preparar-se para enfrentar trânsito na IC2.
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