duffy Escreveu:Paulo Escreveu:[...., darias mais valor ao serviço que te é prestado quase de graça...
Em relação ao que foi aí dito dos médicos estarem sempre de férias, é mentira, eles estão é com pressa para irem fazer serviço no particular, que é isso que lhes aqueles belos ordenados, o público é só para cumprir calendário.
Em primeiro lugar, a maioria dos médicos não trabalham no sector privado.
Em segundo lugar, os médicos que não estão em dedicação exclusiva ao Estado trabalham 35 horas por semana - se fizerem 12 horas de urgência consecutivas (à noite ou fim-de-semana, por ex.) praticamente só têm de trabalhar de manhã durante os dias úteis para completar o seu horário.
Por outro lado, do que se paga numa consulta médica no sector privado, um terço vai para impostos, cerca de um terço vai para suportar despesas correntes (rendas, serviços, equipamentos, pessoal) e só um terço de facto reverte para o médico.
duffy Escreveu:Bem para concluir, so gostava que eles ao menos se lembrassem que se as pessoas não estivessem doentes, não os procuravam, e se não houvesse doentes, eles não davam lucros às farmacêuticas, e estas não lhes ofereciam viagens...
Em vez de atacares os médicos infudadamente e sem conhecimento de causa, deverias sentir-te moralmente obrigado(a) a denunciar irregularidades se as conheces em concreto. Participa-as ao Ministério Público ou à Inspecção Geral de Saúde, e esta sim seria uma conduta bem mais séria e responsável do que escrever dislates num fórum público a coberto do anonimato.
É que os médicos estão, por razões éticas, 1-impedidos de aceitar artigos de luxo dos representantes da indústria farmacêutica ou dos doentes. Por artigo de luxo, entende-se artigo de valor superior a 60 euros, salvo erro.
2-Os médicos estão eticamente impedidos de aceitar qualquer artigo independentemente do seu valor como contrapartida de prescrição.
As excepções ao princípio 1 é feita quando está em causa interesse para a formação. Assim, os médicos podem aceitar livremente livros médicos, revistas científicas, inscrições de cursos, congressos, etc. desde que não assumam compromissos que condicionem o exercício deontologicamente correcto da Medicina.
Por isso, se os laboratórios financiarem uma viagem a um congresso em Portugal (já não se financiam viagens ao estrangeiro) é uma situação perfeitamente legal e que se reverte em vantagens para os doentes.
Os doentes querem certamente ser assistidos por médicos cientificamente actualizados e porque o Ministério da Saúde se demite das responsabilidades de participar na formação contínua dos seus médicos e porque lhes paga demasiado pouco para que estes possam assumir sem constrangimentos os custos elevados dos bons livros e dos bons cursos de formação, ainda bem que alguém o faz, ainda que seja a indústria farmacêutica...