Parece que esta história já está ao rubro!D. AFONSO HENRIQUES - Pignatélli Queiroz diz que túmulo foi aberto
O deputado do PPM Pignatélli Queiroz disse ontem haver “indícios” de que o túmulo de D. Afonso Henriques, em Coimbra, “chegou a ser aberto”, mas a responsável pela investigação e o IPPAR negaram que tal tenha acontecido. Pignatélli Queiroz revelou à Lusa que vai apresentar ao presidente da Assembleia da República um requerimento para que o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, “esclareçam todas as dúvidas” sobre esta polémica.
Uma equipa de cientistas portugueses e espanhóis liderada por Eugénia Cunha, docente da Universidade de Coimbra (UC), foi quinta-feira impedida de abrir o túmulo do primeiro rei de Portugal pela direcção nacional do IPPAR, sendo assim desautorizada a direcção regional do instituto, que aprovara essa operação duas semanas antes, em sintonia com idêntica autorização da Diocese de Coimbra da Igreja Católica.
O deputado do PPM contou que visitou ontem de manhã a sala onde repousam os restos mortais do Rei Fundador, na Igreja de Santa Cruz, e que detectou “vestígios de argamassa fresca” nas juntas do sarcófago. “Pelas informações que colhi, uma das placas laterais do túmulo foi mexida, havendo indícios de que terá sido serrada”, adiantou, indicando que, no momento da visita, que fez acompanhado pelo padre José Bento, um dos responsáveis do templo, operários estavam a retirar andaimes e outros equipamentos alegadamente utilizados nos trabalhos.
O deputado monárquico manifestou a “convicção de que o túmulo já tinha sido aberto (no momento da proibição) ou foi aberto no dia seguinte”. Esta suspeita foi, contudo, negada Lusa pela antropóloga biológica Eugénia Cunha e pela assessora do IPPAR, Maria Resende. Eugénia Cunha confirmou que houve necessidade de voltar a “tapar algumas das juntas”, entre as pedras do túmulo, e admitiu que na quinta-feira, no momento em que lhe foi comunicada a proibição do IPPAR, através da reitoria da Universidade de Coimbra, trabalhadores da empresa Teixeira Duarte, que apoiou os trabalhos, tinham já iniciado a remoção de uma das placas de calcário.
“Já estávamos a puxar”, disse, negando, no entanto, que tenham chegado a concretizar a abertura. Eugénia Cunha garantiu que o projecto para estudar as ossadas de D. Afonso Henriques “vai continuar” e que para isso conta com o “apoio do reitor” da UC, Fernando Seabra Santos.
“Não está em causa a qualidade científica do projecto, nem a colaboração da Universidade de Coimbra com o IPPAR”, declarou, por seu turno, Maria Resende. A assessora do IPPAR negou que o presidente do instituto, Elísio Summavielle, tenha autorizado, entretanto, a abertura da tumba de D. Afonso Henriques, como foi noticiado pelo semanário “Expresso”, na edição de sábado.
O processo “vai ser reanalisado e o IPPAR tentará que sejam contempladas todas as autorizações necessárias, incluindo a da senhora ministra da Cultura”, que não tinha sido dada antes, acrescentou. Maria Resende confirmou ainda que chegou a ser retirada alguma argamassa das juntas, a qual foi reposta depois, mas que o túmulo “nunca foi aberto”.
Recorde-se que Pignatélli Queiroz já havia defendido que uma eventual autorização para a investigação deverá caber à Assembleia da República.
in Diário As Beiras
Entristece-me que um simbolo da nacionalidade esteja a ser usado em lutas políticas...




