Cheque entregue por empresário a jogador do Leiria nunca foi levantado e o caso foi arquivado
O cheque de 25 mil euros que terá sido entregue por um empresário a um jogador do União de Leiria, três dias antes do Jogo da Supertaça com o FC Porto, em Agosto de 2003, afinal nunca foi levantado. O PÚBLICO confrontou o empresário envolvido, que confirmou ter emprestado dinheiro ao jogador, mas garantiu que o cheque nunca foi depositado na conta do atleta. "Ele acabou por não precisar do dinheiro", esclareceu, acrescentando ser uma situação normal o empréstimo de dinheiro por parte dos empresários.
Em causa estava uma alegada tentativa de corrupção a um dos avançados, que nessa altura jogava na União de Leiria. A situação foi tornada pública pelo Correio da Manhã, que omitia o nome dos envolvidos, mas revelava a cópia de um cheque que teria servido para fazer com que o jogador prejudicasse a sua equipa. O PÚBLICO sabe que o documento, enviado para a Direcção Central de Combate à Criminalidade Económica e Financeira da PJ no final do ano passado, nunca foi objecto de investigação, por o cheque não ter sido levantado. "Nunca fui ouvido pelas autoridades por causa daquele empréstimo. Se for, explicarei tudo", garantiu o empresário.
A suspeita levantada contra o empresário e o jogador terá chegado às autoridades através de uma denúncia anónima. No entanto, e porque o cheque não tinha entrado no circuito bancário, aquela foi imediatamente arquivada, não tendo sido feita qualquer diligência.
A associação deste caso ao Apito Dourado poderá ter sido motivada por existir uma certidão, proveniente do Tribunal de Gondomar, relativamente a suspeitas de corrupção nesse jogo. Nesse caso foram indiciados Pinto da Costa, Pinto de Sousa e o árbitro Pedro Proença pelos crimes de corrupção desportiva.
A prova assenta numa escuta telefónica em que Pinto da Costa sugere a Pinto de Sousa a nomeação de Pedro Proença, o que o dirigente da arbitragem aceita.
in Público